sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Um belo dia resolvi mudar

Só não vou fazer tudo que eu queria fazer, mas escrever.. é, também não é agora que já vou escrever o que quero. 

Mas eu ando sentindo falta de um jeito meu de me expressar, sabe? assim verbalmente falando... Usando um pouco o penso, atribuí tanta mudança ao tanto que meus vícios literários mudaram. A parte que me agrada é notar que quando leio Claudia Tajes, Martha Medeiros ou Tati Bernardi, que tô descobrindo por agora, ainda bate aquela vontade de escrever bonito e tocante igual elas. 

Assim sendo, com a mudança de nome, com o arremedo de novo começo, de hoje em diante divagarei em http://einspinner.blogspot.com/ [mas não clica ainda, espera até o final!].
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Talvez demore pra eu voltar a escrever mais legal como antigamente [corrijam-me se eu estiver errada, por favor]; talvez não. O caso é que, depois de breves reflexões, descubro que talvez as mudanças não nos mudem tanto até que se perceba cada uma delas. Mas então, se acontece de percebermos várias ao mesmo tempo, rola aquele nó mental, e concordemos: neurônios dançando lambada na tua cabeça meio que te impedem de racionalizar direito qualquer coisa, né. Muito menos assimilar do jeito que se deve e precisa e...

E então que é só colocar a mão na massa pra coisa fluir. Mas continuo lá, no http://einspinner.blogspot.com/ .

Até.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Então que de repente eu tenho vontade de ouvir tudo que mais me dói do Chico, esse Chico que nunca fui capaz de te fazer apreciar comigo. O mesmo Chico que sobrevive às lacunas temporais na minha vida.

Exatamente como você.

Porque a história de que os opostos se atraem [fora da física, nesse contexto], então pelo menos eu vislumbro uma explicação pra não saber manter distância quando minimamente por perto de ti. Mas como pode uma vontade [até onde sei, mútua] ser considerada oposta? E se tudo parece tão simples, tão ridiculamente óbvio, por que diabos a gente simplesmente não consegue?

Ou quem não conseguiu fui eu?

domingo, 22 de agosto de 2010

Como tranquilizar sua autoestima com uma simples e rápida análise

Sabe quando tu conta pra amiga que o fulano te convidou pra ir ao apartamento dele, e ela te diz 'mas ah, ele só quer te comer'? 

Então que filosofando sobre isso eu entendo que não, quando isso acontece, o cara não quer só te comer. Digo, nem te comer o desgraçado quer, ele apenas comeria se você fosse até lá, o que é totalmente diferente. Porque se quisesse mesmo te comer não haveria força da natureza que impedisse esse animal de encontrar a presa onde quer que estivesse e arrastá-la pelos cabelos feito um homem das cavernas pra uma sessão drástica de sexo selvagem, mas tudo isso depois de pelo menos alguns telefonemas, e-mails, um jantar ou um cineminha. A diferença de quando ele comeria [ênfase no futuro do pretérito do verbo], é que o filho de uma puta em questão não faz nada além de mal e porcamente te provocar enquanto espera que tu sucumbas à tentação de aparecer no apartamento dele quase sem prévio aviso, usando ligas pretas e quase [na cabeça dele] implorando pra ser comida antes que esquente o vinho que ele abriu pra te esperar.

Portanto, se tem um mané aceitável aplicando esforços visíveis só pra te comer, deixa de frescura e dá de uma vez. Podia ser pior, um amigo dele poderia ouvir desse cafa 'fulana? comeria, mas hoje a noite tem futeba com a galera...'

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Eu realmente queria que você tivesse ido a São Paulo comigo

Antes mesmo de chegar [logo depois de sair, pra ser mais exata], eu já senti uma vontade enorme de alguém de sempre, algum elo com o que eu deixava [mesmo que apenas temporariamente] pra trás. Só de pensar em pra onde eu ia, aquele lugar gigante e populoso e frenético eu me senti ridiculamente pequena e sozinha.  Aquela cidade esmaga e sufoca a gente, e lá eu te quis por perto pra me ajudar a respirar um ar que eu conhecesse.


Em cada esquina em que eu parava, esperando uma eternidade até o sinal [sem temporizador] abrir, eu pensava em como seria legal dividir aquilo com alguém que conheceu meu pior e um pouco do meu melhor também, mas principalmente meu pior; porque é isso que distingue convivência de amizade e as duas de todo o resto: na tua frente eu não me impediria de chorar de saudades de casa nem de raiva de alguém.


Eu quis querer o que o vento não leva
Prá que o vento só levasse o que eu não quero
Eu quis amar o que o tempo não muda
Prá que quem eu amo não mudasse nunca
Eu quis prever o futuro, consertar o passado
Calculando os riscos
Bem devagar, ponderado
Perfeitamente equilibrado
Até que num dia qualquer
Eu vi que alguma coisa mudara
Trocaram os nomes das ruas
E as pessoas tinham outras caras
No céu havia nove luas
E nunca mais encontrei minha casa


Porque o tempo passa, mas eu não aprendo a me despedir.

sábado, 31 de julho de 2010

Se o mundo acabasse amanhã,

Eu confessava tu-do.

Revelaria cada reles pensamento megalômano, declarava cada atração reprimida e pronunciava cada insulto que engoli em nome da boa educação.

Declarava que quero toda a atenção de todo mundo, que não vejo a hora de ser admirada adorada venerada por leitores de bom gosto, ouvintes de boa música e apreciadores de bons filmes.

chamava pra sair cada pessoa que já me atraiu de alguma forma carnal, tomava três martinis e beijaria cada uma que aceitasse meu convite.

Enfiava a mão na cara de quem me apunhalou e gritava as verdades mais ridículas e cruéis pra todos que algum dia já me fizeram triste.
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Mas amanhã é outro dia, e isso tudo é pura ficção.

Ah, então era isso

Deve fazer nem duas semanas que decidi e tenho colocado em prática a promessa que toda mulher faz antes de uma festa: ‘não, quando eu chegar em casa, vou tirar toda a maquiagem antes de dormir, claro. E não deito sem passar todos os cremes pra todas as partes do corpo que jazem na minha prateleira’. Cla ro que, ao chegar em casa as 5 da manhã, ainda meio de pileque, mulher nenhuma [ao menos não as naturais e verdadeiras consigo mesmas] faz isso. No máximo lava os pés, se tirou a sandália pra dançar,e finalmente tomba na cama, mal tirando do caminho as roupas que experimentou, decidiu não usar e acabaram não sendo guardadas porque a dona saiu já atrasada.

Mas eu falava da toilete facial noturna, não? Pois bem. Depois de adquirir esse hábito, eu estremeço só de me imaginar apagando a luz sem remover o rímel dos cílios. O skin cleaner veio do banheiro para o quarto e parece evaporar, enquanto os cremes voltaram ao criado mudo que habitavam um ano atrás; inclusive, depois de alguns dias, a necessidade de cuidado comigo mesma se expandiu: nem dormir de meias eu consigo mais, coisa que adorava fazer, muito menos puxar as cobertas sem sentir meus pezinhos devidamente hidratados. E eu sei que a ideia pode parecer um pouco enrolada, então vou apresentar uma analogia pra quem sabe me explicar melhor; pois mesmo parecendo um texto sobre feminices, no fundo quero falar sobre a difícil arte de crescer.

Eis então a analogia: imaginem um ser humano prestes a entrar na puberdade. [mas um humano de mais antigamente, que acho que os atuais talvez não se encaixem nessa ideia, e isso já é assunto pra outro texto...]. A cada dia, ele acorda e percebe algo novo em seu corpo, eventualmente em seu comportamento e/ou modo de pensar e agir. Depois de muito considerar as novidades, às vezes se assustar com estranhamentos ainda sem a explicação de um adulto, mais cedo ou mais tarde ele descobre o que acontece, num livro, num documentário, qualquer coisa que lhe soe familiar, com que se identifque. Aí tudo faz mais sentido [ou ao menos parece menos confuso], e daí em diante, ele precisa assimilar novos acontecimentos e... responsabilidades, pode-se dizer.

Então que há alguns dias eu tenho sentido um medo estranho, e percebido bem perto de mim como que um compromisso inadiável com coisas que antes eram promessas passageiras, ou ações postergadas pela simples e velha preguiça; Há alguns dias, a vida corre como se eu automaticamente fizesse o que tem que ser feito na hora em que precisa ser feito, e isso flui de modo tão natural quase pareço não ter feito outra coisa na vida. Mas só desde mais ou menos ontem veio aquela sensação de controle sobre as rédeas da própria vida, a compreensão do peso de tanta responsabilidade que tanta gente deposita em mim, e tudo isso de repente soou apenas como “ah, então era isso”.

Agora, o medo do mundo adulto passou. Resta apenas a citação do Ismael: Medo não tenho não, só não sei bem por onde começar...

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Retornando às raízes

Não as minhas, só as desse blog mesmo. Que poderia ser o mais atualizado de todos, mas justamente pelo meu perfeccionismo é que vai ficando de lado.
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Breve revisão nos arquivos aqui, e constatei que as influências maiores no meu modo de escrever são o que tenho lido menos acho que de um ano pra cá, ou mais. Me orgulho e me envergonho: ampliei meu horizonte de leitura, mas às vezes parece até infidelidade com quem me proporcionou tanta satisfação. Enfim. Hoje a maior dificuldade é manter dois blogs parecidíssimos, mas aos quais eu tento ao máximo dar teores diferentes. Dá pra sacar que um é mais sobre meu dia a dia, assim corriqueiro, e esse eu tento desenvolver mais as ideias que os fatos? bem, se ninguém notou, ficou a dica...

E hoje, a caminho da última prova do semestre, eu percebi com clareza do que sentia falta de escrever: era disso, de desenvolver a ideia, seja qual for, ideia não me falta nunca. Mas tá, se tem tanta ideia, por que escreve tão pouco? o problema tá explicado ali no início: perfeccionismo demais, auto-cobrança desnecessária. E sabe como começou o processo de libertação dessas amarras auto-impostas? [olha eu cheia das composições, ui]. Foi uma coisa que o amigo Belli me disse ontem, quando me visitava em honra do dia mundial do rock [também conhecido como meu aniversário, p'ros mais íntimos].

Não lembro o contexto exato, mas ursinho colocou algo muito certo: você está sempre no meio. Hein? é, no meio. Nem acima, nem abaixo. No meio. E isso foi uma faísca que disparou - posterior e - descontroladamente múltiplos pensamentos em mim; vou só pontuar pra depois desenvolver: oscilação de humildade, pensamentos de Tyler Durden [e clube da luta como um todo] e suas aplicações no dia a dia dos mortais. Ao desenvolvimento, então.

Oscilação de humildade: meu nível de humildade relativa no ar tem variado bastante ultimamente, indo do 0,3% a 102% no mesmo dia. Porque tem momentos que exigem de mim um auto-convencimento, é impossível não me achar sensacional. O caso é: da mesma forma que tem gente muito pior que eu, tem também uma cacetada de gente muito melhor. E aí chegamos a conclusão do meu amiguinho: meio. Você está sempre no meio.

E disso você pode escolher duas sensações: a depressão, se pensar 'poxa, então não sou nada relevante?', ou uma semi-porém-confortável liberdade misturada com incentivo: porque disso pode-se pensar também 'tá, então tem coisas que se eu quiser fazer [desde que não agridam ninguém], eu posso fazer. E se eu quiser ser relevante, não vai ser fácil, mas se eu me esforçar, eu consigo fazer a diferença'. Ok, muito Poliana isso, mas diz aí se não tem fundamento.

E o Tyler? ah, é aquela coisa de 'você não é o seu carro, você não é sua mobília francesa, deus não te ama  e no fim é só você contra você mesmo'. Ok, nem todas as frases são dele, mas o crucial é que todos esses conceitos abstratos se misturam na minha mente e, de uma forma positiva, me libertam dos freios que minha própria mente cria sem querer e acabam sabotando tantas das ideias geniais que me ocorrem...

terça-feira, 22 de junho de 2010

#mulherzinhafeelings

Toca, maldito telefone, toca de uma vez!
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Porque foi simplesmente perfeito ele aparecer e dizer que tudo que eu esperava acontece mesmo, que ele também passou dias se perguntando como me dizer que queria repetir a dose, eternamente enquanto durasse, e aí quando houve um desentendimento e ele foi embora derrotado eu mandei pro inferno a guarda e saí correndo pra consertar o mais rápido possível, LITERALMENTE correndo, e mesmo sendo aquela corrida de sonho em que a gente se mexe sem sair do lugar eu sabia que no final daria certo, eu o alcançaria e tudo terminaria num abraço.
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E foi bem aí que eu acordei.



domingo, 13 de junho de 2010

Sabe quando você chega em casa quase tremendo de frio, com as sandálias na mão, pés doendo e meio tontinha? Eu ADORO quando isso acontece, assim majoritariamente. Tipo quando o frio é por causa do vestido lindo, a dor no pé por tanto dançar e a tonturinha por alguma cerveja - e uma surpresa encantadora.

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Por que nada, absolutamente NADA supera ou sequer se compara à sensação de chegar em casa com pés sujos mas alma lavada.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Eu tenho tanta, tanta dor no peito

que eu queria mesmo que explodisse de uma vez, assim eu me espalharia em vários cantos como tanto reclamo que não há como fazer sem desmanchar a própria pele.
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Porque mais que essa dor física na boca do estômago, eu tenho algo que me consome por dentro, algo invisível que machuca mais aos outros que a mim mesma e me faz pensar se vale a pena insistir em mim. Eu não pedi tudo que tenho e sou, eu conheço minhas fraquezas e sei que quanto mais tiver, mais serei cobrada, quem sabe justamente por isso acho até que me contentaria em ser um pouquinho menos - desde que jamais soubesse antes o que poderia ser, que aí não há mesmo quem aguente. Mas o problema é o de sempre: ler demais, estudar demais, pensar demais. Dani Schimitz sempre esteve certa: quem pensa demais se decepciona. Sempre.

domingo, 16 de maio de 2010

Blue

Eu sei que já deveria ter me acostumado com tanto silêncio, mas escapa ao meu controle a dor que dá essa saudade burra. 

Tem um rascunho de carta num caderno, trocentos textos metaforizando a bagaça, e nem assim faria sentido eu chegar e dizer ‘hey, sabe aquela noite? Não era bem o que parecia’, porque isso só vai piorar o papelão iniciado mais de mês atrás. E também porque na maior parte do tempo parece que eu não sinto mais nada, mas às vezes parece que talvez eu sinta. Em suma, sobre isso, não posso falar por mim.

Queria então saber dele. Não que o essencial eu já não saiba, mas queria saber dele no sentido "Como vai você" da coisa. Como se nada tivesse acontecido, mesmo não sendo os fatos qualquer coisa relevante.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Caramujo Caco não precisa de vacina

Gama d’Eça de uma e pouco, vindo pro centro, e o menino sentado à minha frente mostra pra mãe o caramujo que aprendeu a fazer com as mãos, vendo castelo rá-tim-bum. E o caramujo dele tinha nome: Caramujo Caco. Quase emocionei, não sabia que as crianças atuais ainda assistiam programas assim. Aí quando a mãe o lembrou de que ele tem que tomar vacina da gripe ele diz que não, não quer, e a mãe retruca ‘não tem querer’, e ele diz como quem explica que dois mais dois dá quatro: ‘mas eu não preciso de vacina’.

Criança devia mesmo ser imune a todos os males do mundo.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Hoje eu entendi a expressão

'sentir o peito em chamas'  -  porque a certeza de que ela olharia queimou mais que o próprio olhar, mesmo que eu ainda não saiba o que há naqueles olhos negros.
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E não me venha falar de medo.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Eu não devia nem sentir,

imagina então falar que eu não queria que ele partisse as sete da manhã de volta pr'aquela cidade enorme e longe.
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Mas é, eu não queria.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Só não tô com raiva de ser inteligente

porque seria ingratidão e não quero ser punida por mais isso. Mas é enorme a raiva de todo o resto: raiva de ser canceriana, das pessoas que fazem cara de 'aham cláudia senta lá' pra quase qualquer coisa que eu diga e de não saber sair de casa sem brincos; da chuva, do frio, do sebo que não tem Martha Medeiros nem Cláudia Tajes, da praça da bandeira e sua respectiva fulerage.
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raiva da cidade toda, de tudo que eu sinto e do silêncio dele.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Então que no sonho eu tinha todo o ‘discurso’ muito bem pensado e nesse outro plano nem parecia tão absurdo procurá-lo pra dizer tudo que eu precisava, era como se ele esperasse o momento em que eu diria algo. 

Talvez eu tenha sonhado isso porque antes de dormir rezei pedindo inspiração pra terminar uma história que empacou; ou quem sabe porque ontem, no caminho pra casa, gastei um bom tempo pensando nesse silencio ao mesmo tempo bruto e etéreo que me acompanha onde quer que eu vá.

Fala alguma coisa, qualquer coisa, que mesmo o que eu mais temo ouvir já é melhor que esse silêncio ao mesmo tempo bruto e-

E o que me deixa mais maluca é saber que não fazer nada já é fazer alguma coisa, bem como calar é só outra maneira de dizer... Seja lá o que for que ele me diria, não faço a menor idéia do que ele pensa porque silêncio cego não tem cara de raiva ou medo p’ra gente interpretar – é só um raio muito forte de sol batendo na página branca do livro, te impedindo de ler o que tá escrito ali.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

um pouco de choro, um pouco de maldade
um pouco de frustração e um pouco de liberdade
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um pouco de paz, mas muito de saudade

segunda-feira, 5 de abril de 2010

sexta-feira, 19 de março de 2010

Apnéia parte 2

I don't know how longer I can silently watch his everyday complains about someone who doesn't seem to give a damn about his feelings while I'm just here patiently waiting for him to notice mine.
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And all this fail comunication just because I've been surprisingly stupid in the last six years, so damn stupid I can't explain ou even mesure it. I was just a silly kid, a starter teenager in this so confusing thing people call... I don't intend the bravery to call love this unbeliveably strong will to just be ou have him around, but for what else reason would I be so certain 'bout what I want and the fear to maybe reach it? 'Cause in the more-than-rare moments I dare wondering 'bout us down deep I'm so so so so afraid of finally get it and screw it like I've done before but if somehow I could be damn sure 'bout what's in his mind then I would leave it all behind or just try it one very last time.


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Apnéia parte 2 [traduzido]

sábado, 13 de março de 2010

É só uma questão de hábito até não doer mais

Os músculos. A cabeça. O coração. É tudo uma questão de hábito, de aprender a conviver com as dores até que estas sejam postas de lado em detrimento a urgências maiores, porque o mundo não para até consertarmos o que quer que tenha se quebrado pelo caminho, não é isso que me dizem vezenquando?

Porque ontem eu fui dormir imaginando como seria se fosse eu usando uma blusa vermelha em vez de ter cochilado em plena praça de alimentação.
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[E enquanto ninguém me proíbe de andar nos ônibus  e nos shoppings dessa cidade, eu vou curtir o temporal embaixo das cobertas. Boa noite].

terça-feira, 9 de março de 2010

Pai, um menino quer me namorar

Mas ele não entende, pai, que namorar comigo é conviver com uma ferida que não fecha, um relógio que não rende e uma cabeça que não desliga. Nunca. E ele mora do outro lado da cidade e fala em me namorar, sem me ouvir quando digo que a nossa cidade não favorece amores à distância. Espera, eu disse amores? Nah, esquece. Ninguém falou em amores, só em namoro.

Ah, tem também aquele outro, dizendo de um tudo pra me levar pra cama. E olha que eu ia, pai, ia fácil. Mais aí meu cérebro lembra que não existe sexo intelectual, porque a inteligência é de longe o que mais me desatina nele, e então eu fujo, porque do cérebro pra fora eu sou uma menininha boba, cheia de sexismos e não-me-toques.

E fujo desse como do outro que não faz nada, mas se eu quisesse, eu sei que faria. Só quem não faria sou eu, que não consigo tirar a roupa pra alguém que tem tesão com z e não entenderia quando, numa briga, eu o xingasse em mais de três idiomas.

Eu guardo uma confissão dentro de mim, pai, que eu jamais faria a ninguém, nem a você, nem à mamãe – não por não querer, mas vocês simplesmente não entenderiam. Mas eu conheço alguém que entende. 

Ele mora aqui pertinho; ele fala inglês melhor que eu, e me desmancha quando arranha um francês me chamando de chérie. Ele é lindo, bom caráter e muito inteligente; ele tem todas as qualidades que os outros não tem, e defeito só tem um: pai, ele não me quer.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Eu não levo jeito, mas preciso falar:

Meia hora atrás desci pra jantar e topei com a reportagem sobre o resgate daquela enfermeira, grávida de um mês, que sobreviveu quatro dias debaixo dos escombros no Haiti - e saí da sala pra não chorar quando o soldado disse 'ela tá segurando minha mão'. Mais uns segundos e eu derreteria no sofá. Apesar dos indícios contrários, a humanidade [no sentido de qualidade dos seres] ainda pode me emocionar, muito.

Mas o que isso significa [além de indicar que sou uma 'manteiga derretida', como diz mamãe]? O caso é que isso embasa meu argumento pra não estar acompanhando a história da tragédia: Um, por não ter mais saco pra ver desgraça; dois, porque eu me sinto um nada, uma titica, impotente de mãos atadas. Se eu pudesse, seria capaz de entrar no primeiro avião e ir lá, ajudar pessoalmente. E siiim, sei que existem meios de ajudar a distância, mas eu... meio que não confio nesse tipo de coisa. Até nem tanto pela ciência da corrupção que ronda esses casos, mas é que eu não consigo me sentir plenamente útil e satisfeita sem presenciar o resultado prático das minhas ações - senão prático, tátil, ao menos visível.

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É isso. Como sempre, nada demais.