quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Eu realmente queria que você tivesse ido a São Paulo comigo

Antes mesmo de chegar [logo depois de sair, pra ser mais exata], eu já senti uma vontade enorme de alguém de sempre, algum elo com o que eu deixava [mesmo que apenas temporariamente] pra trás. Só de pensar em pra onde eu ia, aquele lugar gigante e populoso e frenético eu me senti ridiculamente pequena e sozinha.  Aquela cidade esmaga e sufoca a gente, e lá eu te quis por perto pra me ajudar a respirar um ar que eu conhecesse.


Em cada esquina em que eu parava, esperando uma eternidade até o sinal [sem temporizador] abrir, eu pensava em como seria legal dividir aquilo com alguém que conheceu meu pior e um pouco do meu melhor também, mas principalmente meu pior; porque é isso que distingue convivência de amizade e as duas de todo o resto: na tua frente eu não me impediria de chorar de saudades de casa nem de raiva de alguém.


Eu quis querer o que o vento não leva
Prá que o vento só levasse o que eu não quero
Eu quis amar o que o tempo não muda
Prá que quem eu amo não mudasse nunca
Eu quis prever o futuro, consertar o passado
Calculando os riscos
Bem devagar, ponderado
Perfeitamente equilibrado
Até que num dia qualquer
Eu vi que alguma coisa mudara
Trocaram os nomes das ruas
E as pessoas tinham outras caras
No céu havia nove luas
E nunca mais encontrei minha casa


Porque o tempo passa, mas eu não aprendo a me despedir.

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