domingo, 25 de outubro de 2009

Nada Fácil, cara!

Já dizia Humberto Gessinger, no CD mais cretino do rock gaúcho, o Tchau Radar, de 1999. Na mesma música (nada fácil, é o nome), ele completa: “reza a lenda que a gente nasceu pra ser feliz/que o crime não compensa e tudo conspira a favor”. Nem falo mais do destino e conspirações e tudo e tal né, que não é de agora que eu não boto mais fé nisso – hoje credito (muito) mais mérito à teimosia do ser humano, essa sim ultrapassa barreiras e, na medida do possível, faz as coisas acontecerem efetivamente. 

Mas mesmo assim, apesar das bem intencionadas teimosias, anda tudo tão desconfortavelmente difícil – ou “não fácil”, que seja. Dá trabalho ser gente grande, é o maior de todos, e justo esse tem a remuneração menos satisfatória considerando curto e médio prazo. Fora que, a longo prazo, nem todas as pessoas reconhecem o que se costuma chamar de recompensa pela vida que se levou. 

Pessimista demais, moi? Acho que só ‘pé no chão’, sem deixar Pollyanna me dominar e deturpar minha visão da realidade a enfrentar todos os dias. Porque, na minha humilde opinião, otimismo combina com tarde de domingo na varanda, não com transito caótico, violência desenfreada e onipresente e tanta desigualdade à tona. Por favor, levanta a mão quem consegue ser otimista quando o computador trava na hora de imprimir o relatório pra reunião que começou há dez minutos. Levanta, quero ver.

Um comentário:

Arobed Omissirev disse...

Se o transito tá caótico, a violencia desenfreada e a desigualdade bate na porta a todo instante acho que nos resta olhar o sol lá fora, mesmo que com os vidros fechados. Lembrar que ainda estamos atrás de uma porta e protegidas por paredes, vidros, oportunidades, livros, amores, amigos e, quando nada mais resolve, um bom prato de brigadeiro na frente da TV.
Se o pc trava (ou explode) na hora h de qualquer coisa, que efetivamente não serve pra nada mas que ganha do mundo uma importância absurda, nos resta lembrar que nem tudo é como a gente quer, imprevistos acontecem e perceber que a vida fica muito sem graça quando a gente não precisa enfrentar nada usando apenas "a cara e a coragem".
Nos falta muitas vezes a capacidade de enfrentar o mundo de peito aberto, pronta pro que der e vier, ou qualquer variação disso, e lembrar que ainda tem um sol girando lá fora e que amanhã outro dia começa cheio de possibilidades interessantes.

ok, Pollyanna, S-O-B-E.