domingo, 10 de junho de 2007

Divagações

Juro que não sei mais o que pensar a meu respeito! Eu me sinto meio sozinha em tudo que faço e gosto, e dizer isso soa arrogante. Mas pensando bem, nem a pau que eu vou deixar de ser assim pra “me enquadrar”, “ser aceita”... Não mesmo!! Me recuso terminantemente a ser mais uma na multidão, prefiro mesmo ser ponto de referência: a branquela, esquisita, de calça jeans e tênis em pleno verão florianopolitano. Que retardada, essa garota!

Mas quer saber? Divirto-me horrooores. Melhor sozinha num show que ter do lado um mala que nem sabe o que ta acontecendo. Se for pra discutir um livro, aprendi a discutir comigo mesma, e olha que assim já dá confusão suficiente pra bagunçar minhas [já não muito claras] idéias. Cansei de tentar explanar o que tal música ou tal texto me remete e/ou tem a ver comigo, uma vez que aceitei ser a única que entende da minha vida, e por mais que sejam amigos, ninguém tá se importando muito com meu passado. Foi maravilhoso isso acontecer, pois assim ninguém cansa de ninguém e vivemos todos felizes para sempre.

Em tempo: quando digo “só eu gosto de tal livro, tal filme, tal banda”, não quero dizer que mais ninguém na face da terra goste, refiro-me ao modo como gosto [e isso é realmente único], e nesse caso é modo no sentido intensidade. Não que só eu goste, mas eu gosto só, sacaram? Mas aí, só pra variar, eu não me expresso direito, sou mal interpretada [não incompreendida, antes que me chamem de emo], e acabo passando a imagem de tosca, arrogante, maluca, e blá blá blá... Mas sabe aquela coisa de não ser leviana, lá do “Filtro Solar”? Eu levo bem a sério.

Agora voltando ao meu aparente retardo mental: é biológico, não vejo outra explicação. Minha bibliofilia não é herança, meu individualismo é autônomo [com certeza contra minha vontade] e as minhas esquisitices são totalmente conscientes, ou seja, eu sei bem quais são os meus problemas, logo, não é doença coisa nenhuma. Difícil e fazer os humanos entenderem que a maioria tampouco é escolha.

Confesso, às vezes dá uma pontinha de frustração por não atender as expectativas da sociedade, mas passa rapidinho quando eu olho pra TV e vejo crianças de 5 anos dançando funk "até o chão", abro meu e-mail e recebo mais uma daquelas apresentações em power point com fotos de placas do tipo “fas freti”, ou me dizem que a média nacional de leitura é “1,alguma coisa” livro por ano. Com esse dado eu inclusive faço piada, perguntando pras minhas amigas “o que seria desse país sem mim?”, ainda que eu jamais tenha respondido a uma dessas pesquisas. Sim, alem de chata, de vez em quando eu sou pretensiosa às pampas.

É por essas e outras que eu já acho ótimo quando mais uma pessoa diz pra eu voltar pro meu planeta. As saudades da estadia aqui, sem dúvida, serão poucas.

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