sábado, 26 de maio de 2007

O que aprendi com piratas

Hoje assisti Piratas do Caribe - No Fim do Mundo. Bom que só... Contra todos os meus instintos não vou contar o filme, mas uma frase que ouvi me fez divagar bem mais além [na verdade, houve várias, mas só uma que lembro com exatidão. Não ia tirar o celular da bolsa pra anotar no meio do filme, né...]. Pois bem... num dado momento da história, o Almirante James Norrington fala pra Elizabeth Swann (Keira Knightley): "Nossos destinos foram entrelaçados. Mas nunca unidos".

Mas que pancada na boca do estômago. Pra bom entendedor da minha vida meia palavra basta, mas juro que pensei em mais do que nos fatos concretos. Fiquei refletindo acerca da tamanha simplicidade disso, tanta a ponto de a crueldade presente na sentença passar despercebida. Ainda que por outro lado traga algo parecido com conforto - leve, porém incoerente, pelo pouco que perdura -, quem ouve uma coisa dessas passa uns dez segundos assimilando a idéia, e quando absorve de todo preferia não tê-la ouvido. Não são mais belas, delicadas e suaves palavras de despedida, tornaram-se pedras atiradas - sem um pingo de piedade, diga-se de passagem - contra um corpo já ferido e exausto.

Na falta de coisa melhor pra dizer, isso até que serve pra justificar um fim sem explicação, mas vai doer duas vezes: pelo que significam e pelo modo como são proferidas, um tom sincero de cuidado - que de nada adianta, pois se há razão para pronunciar algo do gênero quer dizer que alguém já fora irremediavelmente ferido.

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