quarta-feira, 18 de junho de 2008



.
.
.
São só palavras, teço ensaio e cena
A cada ato enceno a diferença
Do que é amor ficou o seu retrato
A peça que interpreto, um improviso insensato
.
.
.
Essa saudade eu sei de cor

Sei o caminho dos barcos
.
.
.

(E há muito estou alheio e quem me entende
Recebe o resto exato e tão pequeno
É dor, se há, tentava, já não tento
E ao transformar em dor o que é vaidade
E ao ter amor, se este é só orgulho
Eu faço da mentira, liberdade
E de qualquer quintal, faço cidade
E insisto que é virtude o que é entulho
Baldio é o meu terreno e meu alarde
Eu vejo você se apaixonando outra vez
Eu fico com a saudade, você com outro alguém)
.
.
.

Um comentário:

Anonymous disse...

Minha boca escorreu e você fechou os olhos. Te beijei bem ali, na curva, entre o teu pescoço e o ombro. Naquela linha...

Um beijo de curva nunca recebido antes. Molhado feito uma chuva de verão que levanta fumaça abafada da terra. Depois te arranho, como te arranho.

Outra curva, entre uma costela e a cintura. Delicada e oferecida feito pêssego maduro, sabor de fruta mordida. Depois te mordo, como te mordo.

Terceira curva, essa escondida atrás do joelho, entre a panturrilha e a coxa. Um beijo fervura que desponta ardência do calcanhar à ponta da nuca. Que te queima, como queima.

Volta pra tua boca e te obedece, beijo lisérgico que enlouquece, como enlouquece.
E você sabe disso.