quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Do Que Calam As Bocas

Perto dele ela se sentia uma ampola ambulante de serotonina, longe não tinha certeza de que ele soubesse o que deixou quando partiu. Ela ouvia mil vezes a mesma música e queria dizer que se encantava com as coisas mais simples, mas ao pensar no tempo decorrido recolhia as palavras, maldizendo a inaptidão para prever reações e desejando que ele tomasse a iniciativa. Sim, mil vezes sim, ela adoraria mergulhar de cabeça, compartilhar planos e sonhos, deixaria até que ele tentasse convencê-la a ouvir outra música. Tudo e qualquer coisa para nunca mais ficar longe daquela paz que ele emana no abraço, do beijo que incendeia nem da voz que faz tremer.