terça-feira, 14 de agosto de 2007

De Coisas Sem Explicação

Nas quase exatas 730 voltas que a Terra dera desde o primeiro beijo, nunca adormeceram abraçados, tampouco amanheceram juntos. Mas as lembranças do que houve de fato – e de todas as outras coisas que faltaram – esmigalhavam-na, ela sentia-se partida em pedaços microscópicos e nada no mundo seria capaz de montar novamente o quebra–cabeças estirado na cama. Aproximadamente 17.520 horas em que um guardou o outro no pensamento – às vezes no fundo, às vezes no raso, mas guardavam – e nem tempo ou distância expulsavam aquilo parecido com saudade.

Bastou um abraço e estava irremediavelmente perdida, assim como sozinha: desde o primeiro toque foi por demais deles aquilo tudo, incompartilhável com qualquer pessoa, pois mais ninguém era capaz de sentir ou ao menos entender a força que atraía para em seguida repelir. Ela era seduzida para onde quer que ele estivesse, ele afastado pra longe do que quer que fosse aquilo que ela sentia.

Obedecendo a um ciclo involuntariamente estabelecido, 24 meses passados e volta o turbilhão: acusações inflamadas, esperanças sabidas em vão, muitas madrugadas desperdiçadas, precioso sono perdido – nada mais que o reflexo do desejo de voltar no tempo e começar do jeito certo. Mas qual seria? Telefonar mais, não telefonar? Fazê-lo sentir o quanto ela pensava neles, não pensar? Permitir-se a entrega, ignorar pra não doer mais tarde? Tarde demais. Tudo errado, desde o início, tempo demais transcorrera pra que as cicatrizes fossem apagadas e as mágoas esquecidas por completo.

E agora?

2 comentários:

Anônimo disse...

eu gostei do teu texto
mto bom...
bj

Arobed Omissirev disse...

ai que droga batman!!!! "ah se eu soubesse o que fazer pra todo mundo ficar junto todo mundo ja estava amuito tempo"