sexta-feira, 28 de maio de 2010

Eu tenho tanta, tanta dor no peito

que eu queria mesmo que explodisse de uma vez, assim eu me espalharia em vários cantos como tanto reclamo que não há como fazer sem desmanchar a própria pele.
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Porque mais que essa dor física na boca do estômago, eu tenho algo que me consome por dentro, algo invisível que machuca mais aos outros que a mim mesma e me faz pensar se vale a pena insistir em mim. Eu não pedi tudo que tenho e sou, eu conheço minhas fraquezas e sei que quanto mais tiver, mais serei cobrada, quem sabe justamente por isso acho até que me contentaria em ser um pouquinho menos - desde que jamais soubesse antes o que poderia ser, que aí não há mesmo quem aguente. Mas o problema é o de sempre: ler demais, estudar demais, pensar demais. Dani Schimitz sempre esteve certa: quem pensa demais se decepciona. Sempre.

domingo, 16 de maio de 2010

Blue

Eu sei que já deveria ter me acostumado com tanto silêncio, mas escapa ao meu controle a dor que dá essa saudade burra. 

Tem um rascunho de carta num caderno, trocentos textos metaforizando a bagaça, e nem assim faria sentido eu chegar e dizer ‘hey, sabe aquela noite? Não era bem o que parecia’, porque isso só vai piorar o papelão iniciado mais de mês atrás. E também porque na maior parte do tempo parece que eu não sinto mais nada, mas às vezes parece que talvez eu sinta. Em suma, sobre isso, não posso falar por mim.

Queria então saber dele. Não que o essencial eu já não saiba, mas queria saber dele no sentido "Como vai você" da coisa. Como se nada tivesse acontecido, mesmo não sendo os fatos qualquer coisa relevante.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Caramujo Caco não precisa de vacina

Gama d’Eça de uma e pouco, vindo pro centro, e o menino sentado à minha frente mostra pra mãe o caramujo que aprendeu a fazer com as mãos, vendo castelo rá-tim-bum. E o caramujo dele tinha nome: Caramujo Caco. Quase emocionei, não sabia que as crianças atuais ainda assistiam programas assim. Aí quando a mãe o lembrou de que ele tem que tomar vacina da gripe ele diz que não, não quer, e a mãe retruca ‘não tem querer’, e ele diz como quem explica que dois mais dois dá quatro: ‘mas eu não preciso de vacina’.

Criança devia mesmo ser imune a todos os males do mundo.