sábado, 16 de janeiro de 2010

Eu não levo jeito, mas preciso falar:

Meia hora atrás desci pra jantar e topei com a reportagem sobre o resgate daquela enfermeira, grávida de um mês, que sobreviveu quatro dias debaixo dos escombros no Haiti - e saí da sala pra não chorar quando o soldado disse 'ela tá segurando minha mão'. Mais uns segundos e eu derreteria no sofá. Apesar dos indícios contrários, a humanidade [no sentido de qualidade dos seres] ainda pode me emocionar, muito.

Mas o que isso significa [além de indicar que sou uma 'manteiga derretida', como diz mamãe]? O caso é que isso embasa meu argumento pra não estar acompanhando a história da tragédia: Um, por não ter mais saco pra ver desgraça; dois, porque eu me sinto um nada, uma titica, impotente de mãos atadas. Se eu pudesse, seria capaz de entrar no primeiro avião e ir lá, ajudar pessoalmente. E siiim, sei que existem meios de ajudar a distância, mas eu... meio que não confio nesse tipo de coisa. Até nem tanto pela ciência da corrupção que ronda esses casos, mas é que eu não consigo me sentir plenamente útil e satisfeita sem presenciar o resultado prático das minhas ações - senão prático, tátil, ao menos visível.

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É isso. Como sempre, nada demais.